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A alegre e musical Havana

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O Cadillac americano e o Lada russo estão lado a lado. Em Havana, a cena representa um dos poucos exemplos de convivência natural entre ícones de  undos tão diferentes. A capital do único país socialista do Ocidente tem  uma relação ambígua com o avanço do capitalismo, que conquista espaço aos  poucos, pelas frestas. 

Alegre, colorida e musical, a cidade transpira experiências intensas, a  começar pela forma como seus habitantes abordam os estrangeiros: sempre  prontos a vender qualquer coisa, seja produto ou serviço, por preço  invariavelmente exorbitante. Guias turísticos de ocasião surgem aos montes e  não é exatamente fácil dispensá-los, mas faça isso. Para manter a salvo seus  caros pesos conversíveis, mas também porque Havana é para ser vista e vivida  no seu próprio ritmo. 

Em Havana, artistas de rua se apresentam em feira de livros ao ar livre. Foto Mônica Nóbrega/AE

Em Havana, artistas de rua se apresentam em feira de livros ao ar livre. Foto Mônica Nóbrega/AE

O que não significa ficar afastado de todo e qualquer cubano. Ao contrário.  Com alto nível educacional e extremamente politizados, eles são ótimos interlocutores. Basta identificar as oportunidades de conversa. 
Que podem surgir na visita a lugares como o Capitólio, no Paseo de San Martí  (entrada a 3 pesos conversíveis ou R$ 6,49). O prédio mais fotografado de  Havana é cópia do de Washington, mas foi erguido em 1929 – muito antes,  portanto, de os Estados Unidos tornarem-se o inimigo número 1 de Cuba. Foi  sede do parlamento e endereço de episódios históricos. Do alto da escadaria  principal Fidel Castro celebrou o triunfo de sua revolução – a foto continua  exposta lá dentro. Hoje, além de museu, o prédio é sede da Biblioteca  Nacional de Ciência e Tecnologia.
Atrás do Capitólio começa o bairro de Centro Havana. Aproveite e passe na fábrica de charutos Partagas, fundada em 1845, a mais tradicional do país, e na Chinatown local. 
A fachada principal do Capitólio está voltada para Havana Velha, o bairro turístico da capital. Há praças arborizadas, prédios de arquitetura colonial espanhola transformados em museus, rum e charutos nas esquinas. Carros são proibidos de circular no perímetro, o que torna o local ainda melhor para caminhadas curiosas. 
Um dos aspectos apaixonantes de Havana é a forma como moradores ocupam o espaço público. Cadeiras e varais invadem as ruas. Áreas mais amplas, como a  recém-reformada Plaza Vieja e a frente da catedral, monumento do século 18, viram campo improvisado de beisebol, o esporte nacional. 
Bem perto da avenida costeira, a Igreja de São Francisco de Assis fica no  centro de um largo que lembra as pracinhas góticas de Barcelona, com cafés e mesas ao ar livre. Nas ruas ao redor espalham-se galerias de arte. Adiante está a Praça de Armas, onde Havana nasceu, endereço de uma feira de livros ótima para encontrar obras sobre os heróis nacionais. Completar o tour por  Havana Velha inclui descer o Passeio do Prado pelo canteiro central até o  Malecón, o calçadão à beira-mar. Por seus seis quilômetros chega-se a pé ao Vedado, bairro construído entre 1940 e 1950. Há uma saborosa justificativa  para ir até lá: a sorveteria Cooppelia, na Calle 23.


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